quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Natal triste


Quem ainda acha que urso torturado, elefante sofrido e preso a correntes ou leão judiado, sem dentes nem garras, dormindo em um espaço do seu tamanho, todos bichos de circo, são coisas bonitas? Pois bem, o shopping Bourbon, na zona Oeste de São Paulo, parece achar isso tudo lindo. Tanto, que fez toda decoração de Natal do local baseada em um circo com todo tipo de bicho. Claro, são bonecos, mas que, dispostos dessa forma, deseducam crianças e alienam adultos desmiolados.
Tem o elefante vestido de chapéu e roupinha, sentado em posição humana. Em um circo de verdade, ele teria tomado inúmeros choques nas patas até ficar naquela posição. Tem um urso que anda em uma bicicletinha de pé, em círculos. Muito natural um urso andar daquela forma. Na realidade, teria sido chicoteado por anos, desde bebê, até se equilibrar na marra. Tem leão de todo tamanho, em tudo que é lugar e até girafas escravas. Tamanha infelicidade na escolha do tema da decoração do shopping fez com que eu ficasse triste ao passar por lá e evitasse voltar para buscar qualquer presente em um lugar que incentiva a escravidão de animais.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Onde está Gandhi?


Desculpem-me a demora em escrever. Faz algum tempo que estou sem computador, bela cadela blogueira. Bom, mas entrei para ajudar a divulgar o sumiço de Gandhi. Ele sumiu no bairro de Pinheiros faz uns 20 dias. A história toda dele está no blog do cãozinho: http://gandhibaldinho.blogspot.com/

Se você o vir flanando por aí, por favor, ligue para Suzy. Posso imaginar o quanto ela está aflita, pois se Feijuca desaparecesse, eu choraria dia e noite.

Suzy Milstein
11 - 7897-9866
suzymilstein@gmail.com

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O veterinário-repórter e a ilha do medo


Conheço Dr. Wilson Grassi pelas boas ações na proteção aos bichos e recebo suas notícias. Para dizer a realidade, ele é um veterinário com alma de repórter. Na ajuda aos animais, ele descobriu a ilha do abandono. Isso mesmo. Tem uma ilha chamada Bororé, que fica nas margens da represa Billings, em São Paulo, que agora passa a ter uma fama horrível. Chega-se lá de balsa.
Pessoas desmioladas carregam o cão até a ilha e largam o bicho lá, para morrer de fome e doente. Afe, quanta covardia. No caminho, o dono da balsa contou histórias de arrepiar. Ao chegar, Dr. Grassi ainda descobriu inúmeros animais que nem recuperação tinham, tamanha desnutrição. Fora os que são levados e torturados, como esta menina da foto que estava esfaqueada na margem da represa, quando o médico chegou. Muito, muito, muito triste. Você pode ler o relato inteiro clicando aqui.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma chance para Violeta


(até nosso porquinho Dito se compadeceu diante de tamanha formosura)

Violeta bandida, violeta querida. Ela nasceu na rua, em uma ninhada de 9. Nas primeiras semanas de vida, moraram todos na barraca da praça com o seu Benê. Com o passar das semanas, os filhotinhos foram sendo prometidos, dados aqui, pegos mesmo sem pedir, e os bichos sumiram. Mas Violeta e uma irmã caramelo sobraram. A irmã caramelo continua com seu Benê para doação. Já Violeta... Ah, virou nosssa irmã caçula. Seja bem-vinda à nossa vida.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não tem explicação


Todos os dias faço um giro em sites sobre bichos. Embora não escreva sempre, estou de focinho a postos para farejar histórias. E 90% das notícias que vejo são sobre absurdos. Hoje li a seguinte barbaridade no site da Anda: “Estudantes matam canguru com barra de ferro na Austrália”. Que tipo de gente pode matar um canguru? Seja o bicho que for não merece nada perto disso. Mas um canguru?
Ontem, vi um homem que matou três cães a paulada em Cassilândia (MS). Outro dia, li ainda sobre uma menina que atirou filhotes de cão em um lago, como pedras que você atira longe. De onde sai tanta maldade?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Garota da capa



Atrizes globais doam suas imagens para campanhas contra câncer de mama, a favor das crianças e contra violência. Feijuca doou a própria imagem para ajudar amigos de rua igual a ela, mas que ainda procuram um lar. Apresento a vocês o calendário 2011 “Celebridade vira lata”. Não bastando ilustrar o mês de novembro, ela dividiu a capa com a Filó. Simplesmente lindos, tanto o de parede quanto o de mesa. Um baita presente de amigo secreto, para o chefe, a sogra, o cachorro, o papagaio. Todo mundo vai amar. Ele pode ser comprado pelo site do calendário, e muitos bichos serão ajudados.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cada um tem o que merece


Não adiantou latir. Tiririca entrou como o mais votado, com mais de um milhão de votos. Tiririca não sabe ler, portanto, nunca vai saber nem o que escrevo nesse espaço. Ele ainda afirmou publicamente não saber o que um deputado faz e que vai ajudar a própria família, se eleito. Belo político, ótimos eleitores. Todo mundo agora vai tirar parte do salário e mandar para o bolso do Tiririca e da família dele. Felizes? O palhaço foi o mais votado não só de SP, mas do Brasil inteiro. Um país com a cara dos canditatos que elege.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um lugar chamado Caboodle Ranch



Craig Grant montou um santuário para gatos em um sítio na Flórida (EUA). Com casinhas de boneca espalhadas entre as árvores, Caboodle Ranch é o verdadeiro sonho de consumo felino. Curiosamente, Craig não gostava de gatos antes. Tudo começou quando ele conheceu Pepper, o gato do irmão. Depois, topou com uma ninhada abandonada e passou a cuidar. Apaixonou-se. Hoje muitos dos gatos abandonados vão parar no sítio. Todos são castrados.
Histórias assim me inspiram e trazem aquela lufada matinal de ar fresco. Conheci o local pela querida Nina Rosa. Obrigada, Nina.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Corra Rebeca, corra


Se Rebeca, a representante felina de casa, tivesse nascido na China já teria virado um bifão ou um enfeite de madame. Lá, chineses costumam criar esses bichos cinza (Rebeca) e laranja (Garfield! Nem ele escapa) para fabricação de casacos. Também gostam de comer os gatos e pior, acham que isso traz boa sorte. Parece piada de mau gosto. A província de Guangzhou é uma das piores. Lá, um gato é vendido por 50 yuan, ou seja, cerca de R$ 13. Eles são caçados nas ruas e até nas casas.
Raiva e falta de controle populacional dos animais também são problemas não-resolvidos pelo belo governo daquele país. Nos meses que antecederam os jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, inúmeros bichos foram recolhidos das ruas e sacrificados.
Fonte: Pet Mag

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nada de Tiririca


Desiludido com as eleições e à beira de votar num Tiririca da vida? Não faça isso, vou te dar uma mãozinha. Ao menos para deputados, estadual e federal, você acha opções no link abaixo. Gente que defende animais com projetos de leis. Conheço alguns, como em São Paulo, o Feliciano Filho, do PV, (numero 43007). Ele nem sabe que eu existo e não ganhei um ossinho sequer pela indicação. Nem quero. Voto nele porque ele tem projetos concretos de defesa animal.
Não confiei muito na solução para presidente que o site deu. Mas também não sei a opção menos ruim. Vou averiguar os fulanos para presidente que têm mais afinidade com os bichos e volto a contar para vocês.
O link mostra principalmente indicações de deputados federais e estaduais, em todos os Estados. Clica aí e escolhe um, para que possamos diminuir as histórias de bichos abandonados como a dos bebês, no post abaixo. http://www.votepelosanimais.org.br/

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Conspiração do bem



(fotos Fernanda Mariano)
Ainda temos tempo. Comece com uma sugestão doce ao pé da orelha. Influencie marido, namorado (a), pai e mãe. Fale uma vez, repita durante semanas. Induza aquele amigo que pensa em comprar um animal. Nada de comprar. Ainda podemos convencê-lo de que o melhor bichinho do mundo acabou de nascer. Os melhores, aliás, pois são nove. E de todas as cores.
Falo dos bebês da cachorra Pretinha, que mora na barraca na rua com o seu Benê. Menina linda, porte pequeno para médio, absolutamente doce e inteligente até dizer chega. Os nove nasceram no dia 7 e nem abriram os olhos. Por enquanto, nada de tirar do peito da mãe. Mas em um mês, os bebês já terão obrigações de adulto, como procurar um lar.
Ainda tempos tempo. Você pensa e convence um alguém daí, que eu lato e induzo outros oito de cá. Assim conseguiremos que todos os bebês da Pretinha tenham uma chance de fazer humanos felizes.
Quem quiser, escreva-me que faço o meio de campo: patasaoalto@gmail.com

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A dama-da-noite e o pé de romã


Eles cresceram juntos. Quando adolescente, magrelo e com poucas folhas, o pé de romã dava trela para todas as plantinhas assanhadas do jardim. Ele teve uma queda especial pela roseira, até magoá-la ser espetado pela planta descontrolada. Não aprendeu. Continuou mulherengo, ora cantava a margarida, ora roubava beijos da petúnia, e dessa forma sempre fez sombra nos sonhos da dama-da-noite. Ela, por sua vez, ainda jovem caiu de amores pelo dono dos frutos da sorte.
“Quando terei a sorte?”, suspirou por toda adolescência. Assim ela cresceu, cheia de sonhos, mas sem flores nem graça. Quando virou adulta, floreou e se descobriu. Aprendeu ainda a se perfumar todas as madrugadas para arrebatar o coração verde dos vizinhos.
Deu certo. O pé de romã, que antes gastava as noites distribuindo frutos a tudo que é planta, agora passa as madrugadas inebriado com os encantos da dama. Confiante, hoje é ela que não liga mais para os frutos da sorte.
Acompanho a história dos dois, que vivem em frente da minha casinha. Sorte a minha o desencontro, pois aproveito o cheiro da dama encantadora e também caço as romãs que o pé apaixonado despeja na soleira da amada.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cão é cão


Ele começou o projeto com fotos dos bichos abandonados. O material virou um livro de sucesso. Com as imagens, descobriu um mundo, e da publicação para o documentário foi um pulo. Tiago Ferigoli, diretor do documentário Vira-Latas, reservou dois minutos para o blog. No bate-papo, ele falando, e eu só no latido, descobrimos algo em comum. Queremos enfiar na cabeça das pessoas que raça, na verdade, não existe. Somos todos cães com potencial de fazer humanos felizes. E é uma verdadeira falta de bom-senso discriminar um cachorro só porque não veio com uma etiqueta de grife pendurada na orelha.

Por que o foco nos vira-latas?
Quero mostrar que essa denominação é a situação do animal, pois um cão sem raça definida que tem dono já não seria vira-latas. Trata-se do cachorro de rua, do problema do abandono. Quero que a situação dos bichos desperte uma consciência em quem nunca parou para pensar no cachorro, pois quem já gosta, já respeita.
Alguma história te marcou?
Várias me comoveram, quis levar muitos bichos comigo. Fiquei impressionado com a crueldade a que foram submetidos até chegarem às ONGs, casos de gente que briga com a esposa e toca fogo no cachorro. Como alguém pode ser tão cruel? Por outro lado, vi também o trabalho maravilhoso que os protetores fazem de recuperação desses animais.

O documentário será lançado em dezembro. Por enquanto, você pode espiar o que te aguarda pelo trailer (com uma trilha sonora linda de babar).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sou gordinha, mas tô na moda


Já vi almofada em formato de cachorro, estampas em tudo que é superfície, cuco de parede que late, abridor de garrafas com orelhas caninas. Mas ainda não tinha visto um manequim de loja com o meu corpinho. Quer dizer, esse aí está mais magro, como todo manequim esbelto deve ser. Foto mandada por uma amiga, de Windsor, na Inglaterra.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Férias no bote


Aproveitei os dias de folga para... Trabalhar.
Nesse mês saiu a matéria sobre cães que fazem rafting e turismo de aventura com humanos. E como coloquei as patas no bote, colaborei com um depoimento. Está na figura aí. Aqui está a matéria inteira, no site da revista. Mas indico mesmo comprar a publicação e guardar, pois está linda (revista Viagem e Turismo, setembro de 2010).

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Maga e Feijuca no mundo das maravilhas


Acordei com o canto de pássaros, que saíram voando antes que eu os pegasse. Corri pela grama verde, com um sol lindo que me abraçava. Almocei um suculento bife (de soja). Brinquei o dia todo com os humanos que amo. Feijuca e eu passeamos por um lugar que tem lago embarreado, onde pude me sujar toda. À tarde, Feijuca dormiu no sofá, e eu descansei no gramado, debaixo do pé de manga. Ao cair da noite, desmaiamos sujas na caminha, para que amanhã comece outro dia perfeito. Afinal, hoje, Feijuca e eu entramos de férias e só voltaremos em setembro.

(no meio das férias prometo um postezinho, pois cadela blogueira que se preze não abandona a página um mês inteiro)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

E lá vão eles


Lembram dos irmãos Huguinho, Zezinho e Luizinha? Zezinho, que mais que parecia um urso de pelúcia, foi levado já no outro dia. Huguinho e Luizinha ficaram até hoje na praça com seu Benê, que cuidava como podia, na rua. Mas agora os dois ganharam uma casa. E melhor, foram adotados juntos. A adotante querida é a mãe da Andrea Dip, irmã do Marcello, dono do Spock, que também já esteve no blog. Esse tipo de coisa me ajuda a resgatar o crédito nos humanos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fim à indústria de bebês


A notícia é ótima e está no jornal Metro de hoje. Pet shops de 35 cidades dos EUA abandonaram o péssimo hábito de tratar nossos filhotinhos como mercadoria e as cadelas como máquinas de reproduzir. Nesses locais, não existirão mais animais vindos de criadores. Assim, aquela pessoa que pensa em comprar um bicho como brinquedo não terá acesso ao filhote. E quem quiser um animal como amigo deverá procurar nos abrigos, que estão lotados de bichos que um dia tiveram um dono irresponsável. A fonte da matéria foi o site da UPI.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Chico, o ganso


Ontem foi dia do amigo. Mas só hoje lembrei da amizade do seu Orlando, 55, com o ganso Chico, 7. Chico chegou à chácara de seu Orlando ainda bebê. Como tem fama de agressivo, ninguém ligou muito para o bicho, a não ser seu Orlando.
Toda vez que ele vai ao local conversa com o bicho, que virou seu filho. “Ele acostumou a ficar no colo e começou a viver junto. Chico vem me encontrar na estrada, dorme do meu lado e é igual um cachorro, a mesma coisa de um filho”, conta. Em determinada fase da vida, seu Orlando foi diagnosticado com depressão, e para a surpresa da família, Chico foi o responsável pela cura. “Ele me trouxe a alegria. Se não fosse ele, eu me afundaria dentro de casa”, diz.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Aquele abraço


Esse vai para todos os amigos do blog, pois hoje chegamos à marca das 15 mil visitas. Faz três anos que comecei a escrever aqui para justificar minhas bagunças, desculpar-me com meus humanos por eventuais prejuízos e esclarecer dúvidas, pois as pessoas ainda entendem muito pouco do que se passa na nossa cabeça. No fim, não esclareci nada, mas fiz muitos amigos. Agradeço por tudo aos que visitam sempre. E para você que me esqueceu...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Huguinho, Zezinho e Luizinha



Os três bebês estão na rua. No meio dessa chuvarada, eles desafiam o movimento de carros ao lado da praça, onde estão, e também a temperatura, que despencou. Esquentam-se amontoados. Os bichos foram jogados ao lado da barraca do seu Benê, que já tem outros dois cães, uma grávida. Alguém quer um?

Sábia cadela


Belinha, essa poodle de 3 anos, foi encontrada abandonada em uma escola. A mãe da karinne, a moça bonita da foto, não resistiu e a adotou. Agora, karinne resolveu morar sozinha. Ainda não saiu, mas a astuta Belinha já percebeu que vai perder a companhia de uma das donas. “Antes ela fazia festa de cinco minutos quando chegava. Agora, fica assim o dia inteiro, um grude, não me deixa nem andar em casa... Engraçado que é só comigo”, conta karinne. Não tem mistério, mas sim sabedoria canina. Só quem tem um dono entende como é.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Aperto no peito

S. Osmar, no dia em que Nêga ganhou a camisa do Brasil

Quem não tem nada, o que tem a perder? Muito. Nessa madrugada um carroceiro furtou a cachorra Nêga, que morava debaixo do viaduto do Pacaembu, junto com seu Osmar e dona Célia. Eles moram em uma grande caixa de papelão. A castração da cachorra já estava marcada, assim como o exame prévio de sangue. Ao passar por lá logo cedo para avisá-los, vi seu Osmar chorando, encolhidinho na única cadeira que tem, quando relatou o furto. D. Célia ainda completou, como toda boa mãe de cachorro: “é minha filha, e agora?”. Não soube responder, só torço para Nêga, esperta como é, conseguir escapar do carroceiro e achar o caminho de volta.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Em dia de jogo, uma vitória


Em junho de 2002, um caminhão com 56 filhotes de beagles, o cão em que o Snoopy foi inspirado, foi bloqueado quando tentava entrar na Áustria. Os bebês eram destinados a mesas de experimentação de um laboratório farmacêutico de Hamburgo, na Alemanha. Eles haviam nascido na empresa Morini di S. Polo-Italia, especializada na criação de animais de laboratório. Depois de muita briga, só agora a empresa fechou. Uma conquista. Os 283 cães e os 700 ratinhos que ainda estavam no corredor da morte foram para a associação " Vita de Cani" de Milão, que faz parte da Oipa (Organização Internacional pela Proteção dos Animais).
Toda a campanha contra a empresa está na página da Oipa, em italiano. Parabéns à Oipa, e obrigada ao Instituto Nina Rosa, que espalhou essa notícia boa a todos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A casa dos bichos


Já contei sobre a vida do Marcelinho, o protetor de animais que morava em um barraco de poucos metros, em cima de um córrego, onde passa o esgoto da favela do Sapo, em São Paulo. Na época, fui até lá farejar a história e vi que ele vivia com mais de 20 bichos recolhidos. Com a boa vontade de alguns veterinários, o menino conseguiu castrar mais de 900 animais na favela, o que diminuiu o abandono por lá. Coisa que a prefeitura de SP está longe de alcançar.
Pois bem, Marcelinho passou um sufoco. Com a chuvarada, o barraco em que morava caiu no córrego, ou seja, na merda. Depois de mudar-se para outro barraco, sem água nem luz, com a ajuda de protetores, conseguiu comprar uma casa.
Agora, olha a saga da casa. Ela havia sido comprada por um casal para o filho, que amava bichos e pretendia cuidar de animais. Mas o rapaz morreu em um acidente, sem que pudesse ocupá-la. A casa ficou fechada por anos, tamanha tristeza dos pais. O imóvel foi colocado à venda, e sem que soubessem da história de Marcelinho, foi comercializado para ele.
Somente na hora da escritura, o casal soube o destino da casa. E foi uma choradeira só, ao constatar que o imóvel estava mesmo destinado a proteger os animais.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O monstro de Igrejinha

(foto que consta no processo)

Abandonado em uma estrada rural da cidade de Igrejinha (RS), o cão viu uma porteira aberta e entrou, em busca de um lugar para dormir. Isso aconteceu no último dia 9, quando fazia um frio de lascar. O dono do lugar, um senhor de 73 anos, irritou-se com o fato do cachorro ter frio e fome e, com a ajuda do neto adolescente (que deve ser uma beleza de pessoa), catou o animal, deu pauladas e fez uma fogueira de São João com o cão ainda vivo. Os vizinhos viram tudo e chamaram a polícia. Fui então farejar o desfecho com o delegado.
Cachorreiro, o delegado Florisbaldo Nascimento Cruz foi bastante solícito comigo. Ele explicou que o autor confessou o crime e ainda disse que fez isso porque “cachorro só incomoda”. Muito bem.
Fui então até o sítio desse homem farejar o porquê de tamanha barbaridade. Se ele acha que um cão comum incomoda, imagina uma cadela repórter. Irritado, ele negou, como o delegado disse que faria, pois já está orientado por um advogado.
“Ele pode falar o que quiser agora, importam aqui as testesmunhas e a confissão, claramente feita. Já instauramos o processo, e ele pode pegar de três meses a um ano de detenção, além de multa. Vamos pedir também o aumento da pena por causa da morte do cachorro. E quer saber? Ainda acho pouco, a lei é branda”, finaliza Florisbaldo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Coisas do Brasil


fotos Juliana Shorck

Nêga, cuja história já foi contada, recebeu mais ajuda. Especial como sempre, a jornalista Lara Schulze (conhecida como minha madrinha) entregou comida e roupinhas. Sim, afinal dormir na rua neste baita frio não é moleza. Uma das roupas ainda é perfeita para ao dia de início da Copa: uma blusa do Brasil. Como relatou a saga da cadela da ponte, Lara conseguiu um descontão do dono da loja Mondo Pet, que fica no shopping Morumbi. Eta Nêga chique.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Diversão e arte


Ainda não fui, mas ouvi que lá tem até petiscos escondidos para nos divertirmos, música ambiente própria para nossos ouvidos, local para brincarmos, casinhas com diferentes cheiros e texturas e um café, com cardápio para donos e cães. Trata-se de uma exposição chamada “Prácachorro”, na qual nós levamos os donos para passear em SP. Para os humanos, há também palestras e uma exposição de fotos, além de ilustrações que abordam a importância histórica do cachorro. Um estúdio fotográfico ainda fica à disposição para fazermos fotos em família. Adorei. Para saber mais sobre o evento, que vai até 3 de julho, acesse: http://matilhacultural.com.br

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Patas que guiam


O labrador Basher, de quase 3 anos, trabalha no Brasil como cão-guia. Ele já veio treinado dos EUA, e aqui as aulas continuaram no Instituto Iris. Basher funciona como os olhos da Dani, a dona, conduzindo-a por todo canto. Na entrevista abaixo, o cão conta das paixões, que são o amigo Tico, passeios no parque e, claro, a Dani. Também fala do grande medo, um guarda-chuva preto que o aterrorizou no metrô.
1 - Como é seu trabalho?
Bem legal, é o sonho de todo cão, pois fico com minha dona o dia todo. Ando praticamente em linha reta, se ela não disser “vire à direita" ou "vire à esquerda”. Mas não pense que é fácil, porque preciso desviá-la de tudo. Já decorei os caminhos habituais, como do trabalho para o metrô. Sei muitos outros também, aprendo fácil.
2- Gosta de brincar ou só trabalha?
Claro que brinco. Tem outro amigo em casa, Tico, que é pequeno e usa roupa de segurança. Acredita? Tenho certeza que não põe medo em ninguém. Adoramos brincar de cabo de guerra. Também gostamos de correr no parque.
3 – Já passou algum aperto?
Tive muito medo de um guarda-chuva. Certo dia, Dani apanhou de um objeto preto desses que estava nas mãos de uma mulher, dentro do metrô. A senhora não acreditava na deficiência visual da minha dona e ainda insistia, aos berros, que lugar de cachorro não era dentro do vagão.
4- Você apronta com sua dona?
Não. Às vezes, o pessoal mexe comigo na rua, e como gosto de pessoas, acabo dando atenção e me distraio. Como isso pode por a segurança da Dani em risco, é melhor ninguém mexer com um cão-guia, enquanto estivermos no trabalho.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Invisíveis ao lado da ponte



Frio e fome fazem parte do cotidiano de Nêga, de 6 meses. Ela vive na calçada do viaduto do Pacaembu, em uma caixa de papelão, assim como a família dela. Conheci a mocinha porque moro perto do local. Nêga ainda é criançola, mas já tem aquele olhar sofrido que dói. De acordo com o humano responsável, ela costumava andar amarrada a outro sem teto que a chutava. Agora está melhor.
Parei para farejar a história toda, levei um pouco da minha ração para ela e também aproveitei para dar banho, vacina e vermífugo. Depois, tive que devolver aos donos, mas aí já com uma cara mais feliz e um enfeite na testa. Daqui uns dias, vou arrumar um tio médico para castrar a Nêga, para evitar que o mundo se encha de neguinhas. Após a operação, ela volta novamente para o viaduto, onde está sua família. Milhões de carros passam por lá toda hora, mas ninguém parece enxergar aqueles humanos, muito menos Nêga. E a vida segue para eles, na estreita calçada onde a cachorra vive, ao lado da ponte.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um promotor para chamar de meu


Laerte Levai, 49, vinte anos na promotoria de justiça, sente indignação. E da aversão diante de maus tratos aos animais nasceu o compromisso de criar uma promotoria exclusiva de defesa dos bichos, que será no Estado de São Paulo e conta com 16 mil assinaturas já entregues à procuradoria geral. Ainda falta aprovar. Para algumas pessoas, ok, nada a comemorar em Sucupira. Já para cadelas como Feijuca (foto), que veio da rua e sabe o quão más podem ser pessoas más, é um passo i-men-so.
1 – Como será essa promotoria?
Em tese, todo promotor já tem obrigação de defender os animais, pois está dentro tutela ambiental. Mas isso não acontece na prática. A proposta considera todo tipo de bicho, tanto faz se a proteção vai para uma espécie exótica, um cão de rua ou para um cavalo explorado.
2 – Você recebe denúncias?
Atendo, deixo meu telefone à disposição. Muita gente não quer se identificar, então também aceito cartas. Aconselho isso a quem quer denunciar, que faça uma carta, com o maior número de detalhes possível do fato, endereço do ocorrido, horário, nomes, tudo o que tiver e entregue à promotoria. O promotor tem obrigação de agir.
3 – Mas qual é o canal correto para denunciar?
Pode ser direto na promotoria ou em uma delegacia comum, na qual a pessoa faz um boletim de ocorrência. O cidadão tem que se respaldar na Constituição Federal, que protege os animais, e na lei ambiental, que considera crime abandono e crueldade. Ouço muitas reclamações de pessoas que dizem que o delegado fez pouco caso do crime, mas se a pessoa está respaldada na lei, o delegado tem OBRIGAÇÃO DE ATENDER, caso contrário pode cometer prevaricação e omissão.
4 – Qual caso mais te chocou?
Teve um cavalo com uma fratura exposta na pata que foi abandonado no pasto para morrer, ficou agoniando dois dias até que o caso chegasse à promotoria. Recolhemos com a ajuda de ONGs, mas ele morreu de infecção. Não conseguimos identificar a pessoa que o jogou como um lixo. É esse tipo de atitude que me revolta.
Quem quiser a entrevista inteira escreva para: patasaoalto@gmail.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um delegado para chamar de meu


Outro dia, ouvi mais uma daquelas histórias de arrepiar os pelos, sobre cães maltratados. Quis latir alto para alguém, mas não tinha onde reclamar. Agora tudo promete mudar. Há um projeto que cria delegacias especializadas em proteção de bichos e ambiente em todo o país. Já temos duas criadas, em Campinas e em Sorocaba. Já temos também o projeto da promotoria especializada em defesa animal. No próximo post, coloco parte da entrevista feita com o promotor, meu braço direito, que foi o dono dessa idéia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Caramelo perdido

Fogos de artifício são uma maneira burra de, literalmente, queimar dinheiro para assustar cães. Twix, esse poodle caramelo de 5 ou 6 meses, também pensa assim, mas ele ainda não aprendeu que, quando estouram, o segredo é esconder-se na casinha.
Com toda explosão de quarta-feira passada, por causa de futebol, o bobo fez o pior: correu para a rua. Correu tanto que se perdeu e buscou abrigo debaixo da saia da Carolina. Ela o acolheu, mas não pode ficar com ele. Quem souber de alguém que perdeu um poodle bebê, ou mesmo de alguém que quer o cão, por favor, entre em contato com ela: (11) 8999-3815 e pimenta_4@yahoo.com

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Líder grega



Muita gente garante que o próprio cão é anarquista. Mas nenhum deles foi como a labradora Papitsa, de 6 anos. Durante todo tempo, ela liderou manifestações anarquistas na Grécia, como as greves gerais, que aconteceram em maio, entre inúmeras outras. Fofa até dizer chega, era a única a transitar no meio da tropa de choque sem levar tiro. Infelizmente, Papitsa morreu no último dia 8, durante o parto. Deixou três lindos filhotes: Petras, Luben e Giant, além de muitas lembranças e fotos, que podem ser acessadas aqui (pode clicar, cai em uma galeria de imagens)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cada vez mais rabugenta

(foto G1)
Fiz três anos em abril. Por entrar na fase adulta, estou mais intolerante. Vi agora a notícia de que no Rio de Janeiro, dois cães, chamados Bruna e Lui, vão fazer uma cerimônia de casamento. E pior, vai custar R$ 12 mil. Minha gente, o que é isso? Quem disse que cachorro liga para um negócio desses? Com tanto problema, como o da organização SOS Animal* que está prestes a fechar por falta de dinheiro, esses humanos sem noção me vêm torrar grana dessa forma. Ainda justificam a insanidade com os pobres cães, que nem sabem o que se passa. É por essas que quem defende os animais, muitas vezes, acaba ridicularizado, como já aconteceu comigo. Mas o que eu tenho a dizer? Sou só uma cadela. E mais velha agora.

*SOS Animal: Dolores, (11) 8901-4751, aceita remédios e ração.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

E viveram felizes para sempre


Ele estava desinchavida em uma praça zona oeste de SP. Por semanas, passou fome, frio e medo. Vai saber como foi despejado por lá. Até que um dia Che, um golden, latiu para ele. Ele respondeu.
Brincaram um pouco e durante a conversa, Che pediu para a humana que cuida dele para levar o amigo para casa. Com o coração partido em ver o cão magrelo, e mesmo assim feliz ao lado do Che, ela recolheu o peludo. Eles moram em um apartamento pequeno no espaço, mas grande no amor. O menino passou a ser chamado de Toby, e de acordo com Liv, a humana responsável, o cãozinho pertence mesmo a Che, que cuida dele como irmão.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Zeca e os 109


Zeca, 2, vive em um abrigo. Apanhou na rua, levou chutes, passou muita fome e hoje tem medo das pessoas, de tanto sofrer. Quando foi resgatado, quase que não sobreviveu para contar a história. Agora ele é um dos 110 cães que vivem no canil da USP.
Na semana passada, Zeca e a ONG Patinhas online, que cuida do canil e de adoções, tomaram um susto. Um cartaz afixado no local dizia que seria desativado. “Se fecharem, não temos para onde levar os animais”, diz aflito tio Rafael Splichal, um dos responsáveis pelo Patinhas. A USP não quis falar com uma cadela repórter como eu e mandou uma nota na qual se explica, sem no entanto explicar nada: “A Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) tem desenvolvido estudos em conjunto com a Faculdade de Medicina Veterinária e pretende que esse debate seja levado a todos os âmbitos da Universidade”.
E???
Para protestar pela vida de Zeca e dos outros 109 que esperam por adoção no abrigo, escreva nos e-mails: gr@usp.br, ouvidor@usp.br, patinhasonline@gmail.com

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Show do bem


Nesta semana tem música em prol dos animais. Será no Sesc Pompéia, quinta dia 29, às 21h, com um monte de gente boa: Fernanda Porto, Nuno Mindelis, Palavra Cantada, Patrícia Marx, Renato Teixeira e Teatro Mágico.
Custa: R$20 (inteira), R$10 (meia) e R$ 5 (comerciários)
Se quiser se informar melhor, clique: www.anda.jor.br
Feijuca e eu não podemos ir, pois não serão permitidas patas adentro. Uma pena. Mas os humanos que moram em casa vão. Fica aqui a dica de um show bacana.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tudo vale a pena, se a amizade não é pequena



Quando criança, meus melhores amigos eram uma vaca de pelúcia e uma franga de borracha, Cremilda. Até que a vaca sumiu, e Cremilda morreu.
Xeretando, achei várias amizades inusitadas, todas especiais. A da orangotango fêmea Suryia e o cão Roscoe me ganhou. Ela estava em depressão e só melhorou quando avistou um cachorro no meio de uma mata. Normalmente teríamos medo de um macaco desses, mas ao se encontrarem, os dois não se largaram mais. Ele foi adotado pelo instituto onde Surya mora. (clique, tem um filminho lindíssimo dos dois)
Nesse outro link, também é possível ver outras amizades que, no ponto de vista dos humanos, seriam impossíveis. Elas só existem e se explicam mesmo pelo amor desinteressado dos animais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A vingança de Spock


Entediado com a vida na chácara, e respeitoso demais com as galinhas para apavorá-las, Spock resolveu escalar árvores. Mirava o pé de manga havia dias, até que, naquela terça, a árvore não escapou. Ou melhor, ele não se safou da mangueira esperta. Agarrou com as unhas em um dos galhos e tentou se jogar para o outro. No meio do malabarismo, a mangueira safada puxou um dos braços para a esquerda. Desequilibrou. Do alto dos seus mais de dois metros, a árvore malaca riu ao ver o pobre cão cair como uma manga podre. Quebrou a pata e o rabo.
Dolorido, foi choramingar com o amigo que cuida dele. Foram então até a tão famosa USP. Só que, chegando à melhor faculdade de veterinária do país, não conseguiram ser atendidos. Imagine você que Spock, todo arrebentado, teria que esperar um mês para uma cirurgia. Jamais! Até lá, ele já estaria torto. O amigo levou-o à clínica particular e gastou os tubos. Com rabo e pata engessados, Spock chegou à chácara, levantou a perna e soltou um xixi, bem na mangueira astuta.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ardida que só


Diagnóstico médico: febre e barriga torrada. Sim,tive insolação e andei lambendo o protetor solar que colocam na minha barriga branca. Torrei ao sol e levei bronca. Agora fico presa para não torrar mais. Ainda colocaram remédio e um calçote em mim. Aqui mal dá para ver, mas acreditem, estou ridícula. A vida anda difícil para o meu lado.