segunda-feira, 30 de junho de 2008

Maga frog

Incrível como passamos de fofinhos a disgusting. Há dois meses, nasceu uma mancha rosa no meu nariz. Fiquei bonita com aquilo. Só que a mancha cresceu e virou uma terrível verruga. Um verrugão feio, bem no focinho. Temos que esperar crescer até tirar.
O mais engraçado é a reação das pessoas. Estou acostumada a ouvir com frases, com voz finiiiinha e meio infantil, do tipo, “ai que bonitinha”. Só que agora, eu aterrorizo as pessoas com meu verrugão. Outro dia, veio uma moça, dessas com voz tatibitá que mexem comigo na rua, passou a mão na minha cabeça e elogiou. Quando olhou bem para o meu nariz, fez cara de ECA e velozmente afastou a mão, como se a verruga fosse atacar seu nariz.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amores perros

Sou castrada. Nunca pude namorar, aliás, nem sei direito o significado dessa expressão. Mas nem por isso deixo de ter um amor. Tenho, e ele não é platônico nem escondido. Amo às claras. Não faço joguinho besta, não espero que me procure, quando, na verdade, a minha vontade é a de pular em cima. Se quero pular, eu pulo. Aí levo um NÃO e um pisão no pé.
Choro na porta por amor, sem vergonha. Também tomo bronca por ser chorona. Lá de dentro ouço um sonoro: “NÃO MAGA”. Nem me chateio. Mesmo com pisão na pata, tapa na bunda e os NÃAAAOS que ouço, lambo e babo por quem amo, literalmente. Outro dia, torci meu rabo por amor. Pulei tanto de alegria que caí sentada nele, acharam que eu tinha quebrado o rabo. Deram-me calmante e dorflex.
Amo tanto que, quando meu amor chega, logo entrego o que tiver de mais precioso. Se tenho um osso, corro e cavouco onde o escondi. Retiro a iguaria para levar de presente, toda cheia de alegria, o osso, todo cheio de terra. Também levo bronca. Duas broncas, aliás, por esburacar o jardim e porque sujei tudo. Não me importo, amo incondicionalmente. Acho que, como Vinícius, “hei de morrer de amar, mais do que pude”. E se não morrer, pelo menos engesso meu rabo.