segunda-feira, 31 de maio de 2010

Patas que guiam


O labrador Basher, de quase 3 anos, trabalha no Brasil como cão-guia. Ele já veio treinado dos EUA, e aqui as aulas continuaram no Instituto Iris. Basher funciona como os olhos da Dani, a dona, conduzindo-a por todo canto. Na entrevista abaixo, o cão conta das paixões, que são o amigo Tico, passeios no parque e, claro, a Dani. Também fala do grande medo, um guarda-chuva preto que o aterrorizou no metrô.
1 - Como é seu trabalho?
Bem legal, é o sonho de todo cão, pois fico com minha dona o dia todo. Ando praticamente em linha reta, se ela não disser “vire à direita" ou "vire à esquerda”. Mas não pense que é fácil, porque preciso desviá-la de tudo. Já decorei os caminhos habituais, como do trabalho para o metrô. Sei muitos outros também, aprendo fácil.
2- Gosta de brincar ou só trabalha?
Claro que brinco. Tem outro amigo em casa, Tico, que é pequeno e usa roupa de segurança. Acredita? Tenho certeza que não põe medo em ninguém. Adoramos brincar de cabo de guerra. Também gostamos de correr no parque.
3 – Já passou algum aperto?
Tive muito medo de um guarda-chuva. Certo dia, Dani apanhou de um objeto preto desses que estava nas mãos de uma mulher, dentro do metrô. A senhora não acreditava na deficiência visual da minha dona e ainda insistia, aos berros, que lugar de cachorro não era dentro do vagão.
4- Você apronta com sua dona?
Não. Às vezes, o pessoal mexe comigo na rua, e como gosto de pessoas, acabo dando atenção e me distraio. Como isso pode por a segurança da Dani em risco, é melhor ninguém mexer com um cão-guia, enquanto estivermos no trabalho.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Invisíveis ao lado da ponte



Frio e fome fazem parte do cotidiano de Nêga, de 6 meses. Ela vive na calçada do viaduto do Pacaembu, em uma caixa de papelão, assim como a família dela. Conheci a mocinha porque moro perto do local. Nêga ainda é criançola, mas já tem aquele olhar sofrido que dói. De acordo com o humano responsável, ela costumava andar amarrada a outro sem teto que a chutava. Agora está melhor.
Parei para farejar a história toda, levei um pouco da minha ração para ela e também aproveitei para dar banho, vacina e vermífugo. Depois, tive que devolver aos donos, mas aí já com uma cara mais feliz e um enfeite na testa. Daqui uns dias, vou arrumar um tio médico para castrar a Nêga, para evitar que o mundo se encha de neguinhas. Após a operação, ela volta novamente para o viaduto, onde está sua família. Milhões de carros passam por lá toda hora, mas ninguém parece enxergar aqueles humanos, muito menos Nêga. E a vida segue para eles, na estreita calçada onde a cachorra vive, ao lado da ponte.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um promotor para chamar de meu


Laerte Levai, 49, vinte anos na promotoria de justiça, sente indignação. E da aversão diante de maus tratos aos animais nasceu o compromisso de criar uma promotoria exclusiva de defesa dos bichos, que será no Estado de São Paulo e conta com 16 mil assinaturas já entregues à procuradoria geral. Ainda falta aprovar. Para algumas pessoas, ok, nada a comemorar em Sucupira. Já para cadelas como Feijuca (foto), que veio da rua e sabe o quão más podem ser pessoas más, é um passo i-men-so.
1 – Como será essa promotoria?
Em tese, todo promotor já tem obrigação de defender os animais, pois está dentro tutela ambiental. Mas isso não acontece na prática. A proposta considera todo tipo de bicho, tanto faz se a proteção vai para uma espécie exótica, um cão de rua ou para um cavalo explorado.
2 – Você recebe denúncias?
Atendo, deixo meu telefone à disposição. Muita gente não quer se identificar, então também aceito cartas. Aconselho isso a quem quer denunciar, que faça uma carta, com o maior número de detalhes possível do fato, endereço do ocorrido, horário, nomes, tudo o que tiver e entregue à promotoria. O promotor tem obrigação de agir.
3 – Mas qual é o canal correto para denunciar?
Pode ser direto na promotoria ou em uma delegacia comum, na qual a pessoa faz um boletim de ocorrência. O cidadão tem que se respaldar na Constituição Federal, que protege os animais, e na lei ambiental, que considera crime abandono e crueldade. Ouço muitas reclamações de pessoas que dizem que o delegado fez pouco caso do crime, mas se a pessoa está respaldada na lei, o delegado tem OBRIGAÇÃO DE ATENDER, caso contrário pode cometer prevaricação e omissão.
4 – Qual caso mais te chocou?
Teve um cavalo com uma fratura exposta na pata que foi abandonado no pasto para morrer, ficou agoniando dois dias até que o caso chegasse à promotoria. Recolhemos com a ajuda de ONGs, mas ele morreu de infecção. Não conseguimos identificar a pessoa que o jogou como um lixo. É esse tipo de atitude que me revolta.
Quem quiser a entrevista inteira escreva para: patasaoalto@gmail.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um delegado para chamar de meu


Outro dia, ouvi mais uma daquelas histórias de arrepiar os pelos, sobre cães maltratados. Quis latir alto para alguém, mas não tinha onde reclamar. Agora tudo promete mudar. Há um projeto que cria delegacias especializadas em proteção de bichos e ambiente em todo o país. Já temos duas criadas, em Campinas e em Sorocaba. Já temos também o projeto da promotoria especializada em defesa animal. No próximo post, coloco parte da entrevista feita com o promotor, meu braço direito, que foi o dono dessa idéia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Caramelo perdido

Fogos de artifício são uma maneira burra de, literalmente, queimar dinheiro para assustar cães. Twix, esse poodle caramelo de 5 ou 6 meses, também pensa assim, mas ele ainda não aprendeu que, quando estouram, o segredo é esconder-se na casinha.
Com toda explosão de quarta-feira passada, por causa de futebol, o bobo fez o pior: correu para a rua. Correu tanto que se perdeu e buscou abrigo debaixo da saia da Carolina. Ela o acolheu, mas não pode ficar com ele. Quem souber de alguém que perdeu um poodle bebê, ou mesmo de alguém que quer o cão, por favor, entre em contato com ela: (11) 8999-3815 e pimenta_4@yahoo.com

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Líder grega



Muita gente garante que o próprio cão é anarquista. Mas nenhum deles foi como a labradora Papitsa, de 6 anos. Durante todo tempo, ela liderou manifestações anarquistas na Grécia, como as greves gerais, que aconteceram em maio, entre inúmeras outras. Fofa até dizer chega, era a única a transitar no meio da tropa de choque sem levar tiro. Infelizmente, Papitsa morreu no último dia 8, durante o parto. Deixou três lindos filhotes: Petras, Luben e Giant, além de muitas lembranças e fotos, que podem ser acessadas aqui (pode clicar, cai em uma galeria de imagens)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cada vez mais rabugenta

(foto G1)
Fiz três anos em abril. Por entrar na fase adulta, estou mais intolerante. Vi agora a notícia de que no Rio de Janeiro, dois cães, chamados Bruna e Lui, vão fazer uma cerimônia de casamento. E pior, vai custar R$ 12 mil. Minha gente, o que é isso? Quem disse que cachorro liga para um negócio desses? Com tanto problema, como o da organização SOS Animal* que está prestes a fechar por falta de dinheiro, esses humanos sem noção me vêm torrar grana dessa forma. Ainda justificam a insanidade com os pobres cães, que nem sabem o que se passa. É por essas que quem defende os animais, muitas vezes, acaba ridicularizado, como já aconteceu comigo. Mas o que eu tenho a dizer? Sou só uma cadela. E mais velha agora.

*SOS Animal: Dolores, (11) 8901-4751, aceita remédios e ração.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

E viveram felizes para sempre


Ele estava desinchavida em uma praça zona oeste de SP. Por semanas, passou fome, frio e medo. Vai saber como foi despejado por lá. Até que um dia Che, um golden, latiu para ele. Ele respondeu.
Brincaram um pouco e durante a conversa, Che pediu para a humana que cuida dele para levar o amigo para casa. Com o coração partido em ver o cão magrelo, e mesmo assim feliz ao lado do Che, ela recolheu o peludo. Eles moram em um apartamento pequeno no espaço, mas grande no amor. O menino passou a ser chamado de Toby, e de acordo com Liv, a humana responsável, o cãozinho pertence mesmo a Che, que cuida dele como irmão.