quinta-feira, 29 de abril de 2010

Zeca e os 109


Zeca, 2, vive em um abrigo. Apanhou na rua, levou chutes, passou muita fome e hoje tem medo das pessoas, de tanto sofrer. Quando foi resgatado, quase que não sobreviveu para contar a história. Agora ele é um dos 110 cães que vivem no canil da USP.
Na semana passada, Zeca e a ONG Patinhas online, que cuida do canil e de adoções, tomaram um susto. Um cartaz afixado no local dizia que seria desativado. “Se fecharem, não temos para onde levar os animais”, diz aflito tio Rafael Splichal, um dos responsáveis pelo Patinhas. A USP não quis falar com uma cadela repórter como eu e mandou uma nota na qual se explica, sem no entanto explicar nada: “A Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) tem desenvolvido estudos em conjunto com a Faculdade de Medicina Veterinária e pretende que esse debate seja levado a todos os âmbitos da Universidade”.
E???
Para protestar pela vida de Zeca e dos outros 109 que esperam por adoção no abrigo, escreva nos e-mails: gr@usp.br, ouvidor@usp.br, patinhasonline@gmail.com

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Show do bem


Nesta semana tem música em prol dos animais. Será no Sesc Pompéia, quinta dia 29, às 21h, com um monte de gente boa: Fernanda Porto, Nuno Mindelis, Palavra Cantada, Patrícia Marx, Renato Teixeira e Teatro Mágico.
Custa: R$20 (inteira), R$10 (meia) e R$ 5 (comerciários)
Se quiser se informar melhor, clique: www.anda.jor.br
Feijuca e eu não podemos ir, pois não serão permitidas patas adentro. Uma pena. Mas os humanos que moram em casa vão. Fica aqui a dica de um show bacana.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tudo vale a pena, se a amizade não é pequena



Quando criança, meus melhores amigos eram uma vaca de pelúcia e uma franga de borracha, Cremilda. Até que a vaca sumiu, e Cremilda morreu.
Xeretando, achei várias amizades inusitadas, todas especiais. A da orangotango fêmea Suryia e o cão Roscoe me ganhou. Ela estava em depressão e só melhorou quando avistou um cachorro no meio de uma mata. Normalmente teríamos medo de um macaco desses, mas ao se encontrarem, os dois não se largaram mais. Ele foi adotado pelo instituto onde Surya mora. (clique, tem um filminho lindíssimo dos dois)
Nesse outro link, também é possível ver outras amizades que, no ponto de vista dos humanos, seriam impossíveis. Elas só existem e se explicam mesmo pelo amor desinteressado dos animais.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A vingança de Spock


Entediado com a vida na chácara, e respeitoso demais com as galinhas para apavorá-las, Spock resolveu escalar árvores. Mirava o pé de manga havia dias, até que, naquela terça, a árvore não escapou. Ou melhor, ele não se safou da mangueira esperta. Agarrou com as unhas em um dos galhos e tentou se jogar para o outro. No meio do malabarismo, a mangueira safada puxou um dos braços para a esquerda. Desequilibrou. Do alto dos seus mais de dois metros, a árvore malaca riu ao ver o pobre cão cair como uma manga podre. Quebrou a pata e o rabo.
Dolorido, foi choramingar com o amigo que cuida dele. Foram então até a tão famosa USP. Só que, chegando à melhor faculdade de veterinária do país, não conseguiram ser atendidos. Imagine você que Spock, todo arrebentado, teria que esperar um mês para uma cirurgia. Jamais! Até lá, ele já estaria torto. O amigo levou-o à clínica particular e gastou os tubos. Com rabo e pata engessados, Spock chegou à chácara, levantou a perna e soltou um xixi, bem na mangueira astuta.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ardida que só


Diagnóstico médico: febre e barriga torrada. Sim,tive insolação e andei lambendo o protetor solar que colocam na minha barriga branca. Torrei ao sol e levei bronca. Agora fico presa para não torrar mais. Ainda colocaram remédio e um calçote em mim. Aqui mal dá para ver, mas acreditem, estou ridícula. A vida anda difícil para o meu lado.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Uma pança em pauta


Em casa, todos têm medo de médico. E eu não sou diferente. Na porta do consultório empaquei como um burrico. Não entro, não entro... E entrei. Tinha fila para atendimento. Fiquei lá abanando meu rabo para um pug que de tão feinho era atraente, mas a dona, sisuda, não quis saber de colocar o bicho no chão.
Entra um, sai outro e chegou a minha vez. A médica, que me atende sempre com o sorrisão falso de gengiva à mostra, me pesou. Primeiro drama: “Ihh ela engordou”. Pronto, agora virei a cadela panceta lá em casa. Como ração diet, ganho só cenouras e maçãs de petiscos, não posso chegar perto de um bife e ainda assim escuto que sou pançuda. Chegou então a hora de subir naquela mesa gelada de metal. Por que existe isso? Por que não podemos ser examinadas num confortável sofá de veludo? Quando reclamo, as fêmeas de casa ainda me mandam calar a boca porque se eu precisasse de cadeira ginecológica, aí sim veria o que é tortura. Foram necessárias duas pessoas para me carregar. Sim, amigos, acho que estou a Wilza Carla canina. No próximo, conto sobre a consulta.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Coração em frangalhos


To aflita. Uma amiga me ligou avisando de uma cachorrinha grávida na porta do prédio dela, grávida e com sarna. É de um cara que mora lá perto, muito malvado, que a jogou na rua. Toda vez que ela tenta voltar para casa, o cara joga pedras nela. Como pode?
Só que ninguém do prédio quer pegar. Feijuca e eu estamos no interior, em uma casa emprestada, e minha dona está em São Paulo, morando no apartamento de uma pessoa, também emprestado, e não pode recolher. Por enquanto, não temos casa em SP. Que sinuca.
As associações para as quais lati, todas dizem estar lotadas. Enfim, to com o coração despedaçado. Alguém tem uma idéia?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um túnel para liberdade


fotos Lumi Zunica
Pelo menos um ser foi contra a condenação dos Nardoni, o cão Estopa, da foto. Fotógrafos que acompanhavam o caso não puderam deixar de notar o peludo, que em um ato impensado, começou a cavar um túnel do lado de fora delegacia na data do indiciamento dos réus, na tentativa de ajudar a escaparem ilesos. Foi detido em flagrante, o "facilitador de fuga”, e teve que se comportar. Depois, descobriu-se que Nardoni, na verdade, tinha um bife dentro do bolso da camisa, que seria usado para subornar o inocente Estopa.