terça-feira, 29 de junho de 2010

Aperto no peito

S. Osmar, no dia em que Nêga ganhou a camisa do Brasil

Quem não tem nada, o que tem a perder? Muito. Nessa madrugada um carroceiro furtou a cachorra Nêga, que morava debaixo do viaduto do Pacaembu, junto com seu Osmar e dona Célia. Eles moram em uma grande caixa de papelão. A castração da cachorra já estava marcada, assim como o exame prévio de sangue. Ao passar por lá logo cedo para avisá-los, vi seu Osmar chorando, encolhidinho na única cadeira que tem, quando relatou o furto. D. Célia ainda completou, como toda boa mãe de cachorro: “é minha filha, e agora?”. Não soube responder, só torço para Nêga, esperta como é, conseguir escapar do carroceiro e achar o caminho de volta.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Em dia de jogo, uma vitória


Em junho de 2002, um caminhão com 56 filhotes de beagles, o cão em que o Snoopy foi inspirado, foi bloqueado quando tentava entrar na Áustria. Os bebês eram destinados a mesas de experimentação de um laboratório farmacêutico de Hamburgo, na Alemanha. Eles haviam nascido na empresa Morini di S. Polo-Italia, especializada na criação de animais de laboratório. Depois de muita briga, só agora a empresa fechou. Uma conquista. Os 283 cães e os 700 ratinhos que ainda estavam no corredor da morte foram para a associação " Vita de Cani" de Milão, que faz parte da Oipa (Organização Internacional pela Proteção dos Animais).
Toda a campanha contra a empresa está na página da Oipa, em italiano. Parabéns à Oipa, e obrigada ao Instituto Nina Rosa, que espalhou essa notícia boa a todos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A casa dos bichos


Já contei sobre a vida do Marcelinho, o protetor de animais que morava em um barraco de poucos metros, em cima de um córrego, onde passa o esgoto da favela do Sapo, em São Paulo. Na época, fui até lá farejar a história e vi que ele vivia com mais de 20 bichos recolhidos. Com a boa vontade de alguns veterinários, o menino conseguiu castrar mais de 900 animais na favela, o que diminuiu o abandono por lá. Coisa que a prefeitura de SP está longe de alcançar.
Pois bem, Marcelinho passou um sufoco. Com a chuvarada, o barraco em que morava caiu no córrego, ou seja, na merda. Depois de mudar-se para outro barraco, sem água nem luz, com a ajuda de protetores, conseguiu comprar uma casa.
Agora, olha a saga da casa. Ela havia sido comprada por um casal para o filho, que amava bichos e pretendia cuidar de animais. Mas o rapaz morreu em um acidente, sem que pudesse ocupá-la. A casa ficou fechada por anos, tamanha tristeza dos pais. O imóvel foi colocado à venda, e sem que soubessem da história de Marcelinho, foi comercializado para ele.
Somente na hora da escritura, o casal soube o destino da casa. E foi uma choradeira só, ao constatar que o imóvel estava mesmo destinado a proteger os animais.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O monstro de Igrejinha

(foto que consta no processo)

Abandonado em uma estrada rural da cidade de Igrejinha (RS), o cão viu uma porteira aberta e entrou, em busca de um lugar para dormir. Isso aconteceu no último dia 9, quando fazia um frio de lascar. O dono do lugar, um senhor de 73 anos, irritou-se com o fato do cachorro ter frio e fome e, com a ajuda do neto adolescente (que deve ser uma beleza de pessoa), catou o animal, deu pauladas e fez uma fogueira de São João com o cão ainda vivo. Os vizinhos viram tudo e chamaram a polícia. Fui então farejar o desfecho com o delegado.
Cachorreiro, o delegado Florisbaldo Nascimento Cruz foi bastante solícito comigo. Ele explicou que o autor confessou o crime e ainda disse que fez isso porque “cachorro só incomoda”. Muito bem.
Fui então até o sítio desse homem farejar o porquê de tamanha barbaridade. Se ele acha que um cão comum incomoda, imagina uma cadela repórter. Irritado, ele negou, como o delegado disse que faria, pois já está orientado por um advogado.
“Ele pode falar o que quiser agora, importam aqui as testesmunhas e a confissão, claramente feita. Já instauramos o processo, e ele pode pegar de três meses a um ano de detenção, além de multa. Vamos pedir também o aumento da pena por causa da morte do cachorro. E quer saber? Ainda acho pouco, a lei é branda”, finaliza Florisbaldo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Coisas do Brasil


fotos Juliana Shorck

Nêga, cuja história já foi contada, recebeu mais ajuda. Especial como sempre, a jornalista Lara Schulze (conhecida como minha madrinha) entregou comida e roupinhas. Sim, afinal dormir na rua neste baita frio não é moleza. Uma das roupas ainda é perfeita para ao dia de início da Copa: uma blusa do Brasil. Como relatou a saga da cadela da ponte, Lara conseguiu um descontão do dono da loja Mondo Pet, que fica no shopping Morumbi. Eta Nêga chique.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Diversão e arte


Ainda não fui, mas ouvi que lá tem até petiscos escondidos para nos divertirmos, música ambiente própria para nossos ouvidos, local para brincarmos, casinhas com diferentes cheiros e texturas e um café, com cardápio para donos e cães. Trata-se de uma exposição chamada “Prácachorro”, na qual nós levamos os donos para passear em SP. Para os humanos, há também palestras e uma exposição de fotos, além de ilustrações que abordam a importância histórica do cachorro. Um estúdio fotográfico ainda fica à disposição para fazermos fotos em família. Adorei. Para saber mais sobre o evento, que vai até 3 de julho, acesse: http://matilhacultural.com.br